quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ao meu pai


A ti te devo o gosto pelas palavras
O prazer do silêncio na leitura de um livro
O amor pela evasão através da música
E o fascínio por olhar os céus

A ti te devo a inquietude 
O inconformismo perante o mediano
E a superfície das coisas

A ti te devo, pai,
O sabor dos abraços
O aconchego de um olhar
E a necessidade da utopia

Por tudo isto
E por tanto mais
Pai,
Fazes-me falta.

Alimentar a alma

Quão fácil é deixarmo-nos cair no enredo do dia a dia! Das obrigações, das tarefas rotineiras, das fofocas, das coisas comezinhas. E do “mal do país”, das notícias que asfixiam, do “lixo” televisivo, da esquizofrenia coletiva. E pairar sobre este ramerrame de gestos mecânicos sem parar um segundo e pensar. Ouvir. Escutar.  
Quantos de nós não o fazem?
Mas é preciso sacudir o “pó dos dias” e voltar ao essencial. Um livro – ou às vezes, na escassez de tempo, uma só frase, um verso. Uma música, um acorde. Uma foto. Ou um sorriso.

Para mim, tão essencial quanto comer.

Deixo aqui um dos meus elixires. De Jun Miyake, em Pina, de Wim Wenders.




Madiba. Um espírito superior